Rishikesh - India

Conhecida como “capital mundial do yoga”, Rishikesh é uma cidade de 80 mil habitantes, situada no estado de Uttarakhand e cortada pelo sagrado Ganga (Rio Ganges). Está à somente 350 metros de altitude, na base do Himalaia, a partir de onde começam a se erguer as montanhas que formarão mais adiante a cordilheira mais alta do mundo. Aqui o Ganga desce ainda com velocidade, vindo das montanhas, chegando a formar algumas corredeiras.
A dita capital do yoga realmente é uma cidade cheia de ashrams, templos e pessoas buscando o caminho da espiritualidade. Porém, ao mesmo tempo, também é mais uma tumultuada, barulhenta e suja cidade indiana (o que torna um desafio extra, até mesmo para os yogis mais aplicados, tentar atingir o samadhi...).

Na manhã de 20/03/2010 chegamos em Haridwar, depois de passar a noite viajando de ônibus, desde Pushkar. Em Haridwar estava acontecendo a Kumbh Mela, a maior celebração hinduísta e também a maior congregação religiosa do mundo, a qual atrai algumas dezenas de milhões de peregrinos.
Chegando em Haridwar pegamos um rickshaw para Rishikesh, que está uns 15km mais acima. Caminhamos ainda uns 5km do centro de Rishikesh até o pequeno bairro High Bank, onde encontramos uma pousada tranquila para ficar, em que passamos 11 dias.


Rishikesh e o Rio Ganga (Ganges)





Lakshman Jhula é uma das duas pontes suspensas que cruzam o Rio Ganga (Ganges) em Rishikesh.


Nas margens do Ganga há diversas praias onde é possível banhar-se. Suas águas aqui, recém vindas dos Himalaias, ainda são razoavelmente limpas.


Numa das praias do Rio Ganga, junto com nosso amigo Vicente (um brasileiro, que conhecemos em Hampi, depois nos reencontramos ao acaso em Mamallapuram e agora novamente em Rishikesh).


Pôr-do-sol na margem do Ganga





Vista do nosso quarto


Senhoras


E Senhores


No dia 25/03 fomos ao acaso numa exposição de fotos, dentro de um orfanato, em que o dinheiro arrecadado com a venda das fotos seria doado para o próprio orfanato. Uma idéia bacana e também fotos interessantes...


Após chegar nesta exposição começamos a perceber, para nossa enorme surpresa, que grande parte das pessoas que estavam lá falavam português. Eram principalmente brasileiros, mas também haviam pessoas de outros países que sabiam falar português. Então descobrimos que as pessoas que haviam organizado a exposição eram discípulos de um guru brasileiro, chamado Prem Baba.
Então, nos dias seguintes, fomos conhecer e participar dos satsangas do Prem Baba.


Prem Baba, um guru brasileiro, durante um de seus satsangas diários. Todos os anos, ele vem passar em torno de 4 meses em Rishikesh, acompanhado por centenas de discípulos, tanto brasileiros como também de outras nacionalidades. Nos satsangas as pessoas cantam mantras e o Prem Baba discursa sobre temas diversos, relacionados à busca do auto-conhecimento e o caminho da espiritualidade.


No dia 31/03 deixamos Rishikesh. Descemos de ônibus até Haridwar, onde, após algumas horas de espera, conseguimos finalmente pegar um ônibus para Dharamsala, nosso próximo destino.

Incredible India (Parte 11) - Fé e benção

A religião com maior número de seguidores na India é o hinduísmo, totalizando 82% da população. Depois vêm as outras religiões: mulçumanos (12%), cristianos (2,3%), sikhs (1,9%), budistas (0,76%) e jainistas (0,4%).

De uma maneira geral a população da India é muito mística. Por exemplo, quando um hinduísta vai visitar um templo budista, eles também acendem incensos e fazem reverência à estátua do Buda. Da mesma forma, se entram em uma igreja católica, ajuelham-se diante da imagem de Cristo. Isso demonstra considerável tolerância e aceitação religiosa dos hinduístas. Mas os hinduístas parecem ser muito supersticiosos também.
Na religião hinduísta a vaca é sagrada (o deus Vishnu em uma de suas encarnações veio na forma de uma vaca, Nandi). Assim, as vacas andam livres e soltas pelas ruas das cidades e é muito comum ver as pessoas tomando benção delas. Por exemplo, em Varanasi, nas margens do Rio Ganges, presenciamos um ritual um tanto estranho e engraçado, onde um homem abençoava uma família com o rabo da vaca e os abençoados davam voltinhas e colocavam a mão no ânus da vaca.
As formas de benção não param por aí. São dadas também por pessoas mais idosas, por pessoas com respeito perante a sociedade, nos templos pelos elefantes, pelos gurus, etc. As oferendas na religião hinduísta são também muito comuns. O Puja (que significa literalmente ‘respeito’) é a prática de oferecer incensos, velas, flores, etc.
Em Bodhgaya presenciamos uma cena curiosa. Um homem ocidental, provavelmente europeu, estava sentado embaixo da Bodh Tree (a árvore onde Buda teve a iluminação), vestido com roupas budistas e meditando. Passou por ele um grupo de indianos, que fez reverências para ele, se ajuelhando. Será que somente porque alguém está com aparência de “monge” merece reverências? Na India parece que sim. Parece exagerado: Um misticismo cego. Mas por outro lado também, em uma cena como esta, é bonito ver a humildade das pessoas. Aliás, talvez o exercício de humildade, de aceitação e de simplesmente fazer uma reverência seja mais importante do que saber se a pessoa reverênciada realmente é um “monge iluminado” ou não.

Incredible India (Parte 10) - Salve-se quem puder

Com o ônibus ainda em movimento eles lutam para ver quem vai subir primeiro. Saem correndo em direção ao ônibus, se pinduram na porta e entram. O fato de não ter portas nos ônibus também ajuda para que isso aconteça. Os velhinhos e as senhoras sempre ficam pra trás, na hora de subir os mais fortes sempre vencem e a cordialidade dá lugar à disputa pelo assento. Mas isso é tão comum e tão arraigado que ninguém reclama ou percebe, está dentro da normalidade do dia-a-dia.
Nos trens acontece o mesmo, mas com outras peculiaridades. Geralmente os trens possuem classes distintas. Esse tipo de comportamento acontece na segunda classe, onde os assentos não são reservados e os vagões são superlotados. Viajar na segunda classe na India é difícil para quem não aprendeu esta arte desde pequeno. Com o trem ainda em movimento eles lançam pelas janelas suas malas e disputam corpo a corpo quem vai entrar primeiro, em um empurra-empurra de louco. As vezes também eles entram pelas janelas.
Nas filas para comprar bilhetes de trem ou ônibus também manda a lei do mais rápido e mais esperto. Não dá para piscar, pois se você se distrai um centésimo de segundo um indiano já passou na sua frente. E o incrível é que ninguém que está esperando na fila reclama, aceitam o furo e também partem para o ataque furando a fila também. Então, imaginem a situação: trinta indianos e todos tentando serem atendidos primeiro. Sim, é um caos! Mas chega até a ser engraçado também. E quando chamamos a atenção de alguém, para voltar para seu lugar na fila eles se envergonham e começam a puxar conversa: “Hello! What’s your name? Where are you from?”
Embora a grande massa tenha este tipo de atitude é possível também encontrar gente educada e cordial. Mas é raro.

Incredible India (Parte 9) - Trânsito

O trânsito na India é um caos! Isto é válido para as estradas, para as grandes cidades e também para as pequenas cidades. As regras de trânsido não são seguidas. Vale contramão, vale cruzamento proíbido, vale ultrapassar pelo acostamento, subir na calçada, xingar o guarda, passar no sinal vermelho (apesar de que dá para contar nos dedos os semáforos que encontramos pela India...), enfim, vale tudo o que der na telha do motorista.
E, talvez para tentar por alguma ordem nisso tudo, ou para tentar ao menos entender o que passa na cabeça dos outros motoristas, existe uma única regra de trânsito: Buzine. Esta é a única regra de trânsito plenamente adotada e seguida por todos na India. Na traseira dos caminhões, por exemplo, sempre vem escrito: “Horn Please” (buzina por favor). Todos buzinam, deste o caminhão até a bicicleta. As buzinas variam de timbre e intensidade: Podem ser eletrônicas, cornetas, sininhos ou até mesmo sirenes de navio. Quanto mais decibéis ela alcançar, melhor.
A frequência de buzinadas que um motorista dá é no mínimo o dobro da frequência de troca de marchas. Portanto, o método é este: Uma mão na direção e a outra na buzina. E, quando precisar trocar de marcha, é claro, mantenha a mão na buzina, tire a mão que está na direção e troque a marcha.


Uma caminhonete de um vendedor de gelo, com as palavras “Horn Please” escritas na traseira.


A traseira de um caminhão: “Blow Horn”

Jodhpur - India

Com aproximadamente 850 mil habitantes, Jodhpur é uma tumultuada e suja grande cidade do estado do Rajastão (Rajasthan). Sua principal atração está no centro antigo, com as casas pintadas de azul, o que garante o apelido de “Cidade Azul”. Acima do centro antigo, no topo de uma montanha rochosa, ergue-se o imponente forte Mehrangarh.

Após passarmos a noite viajando de trem desde Jaisalmer, chegamos em Jodhpur na manhã de 13/03/2010. Na estação de trem esperamos ainda por uma hora até o dia amanhecer, e então caminhamos para o centro antigo, em busca de uma pousada. Neste dia subimos até o Mehrangarh. O calor e o sol estavam intolerantes. No final da tarde caminhamos um pouco pelo centro antigo.


Jodhpur, também conhecida como “Cidade Azul”. Ao fundo está o forte Mehrangarh.





O imponete forte Mehrangarh


O forte Mehrangarh e o centro azul antigo da cidade


Porta


Ao fundo, pode-se o Palácio Umaid Bhawan (também conhecido como Palácio Chittar), que foi iniciado em 1929 e levou 15 anos para ser concluído.


No dia 14/03 caminhamos até o terminal de ônibus, onde pegamos um ônibus de volta para Pushkar.

Incredible India (Parte 8) - Cocô de Vaca

Nas cidades pequenas e nas zonas rurais é bastante comum encontrar pessoas catando cocô de vaca no chão e levando para suas casas. Eles colocam os cocôs para secar nos quintais e, muitas vezes também, grudam nas paredes das casas. Após secos, os cocôs são utilizados como lenha, para alimentar os fornos de barro.
A primeira vez que vimos a cena, em que uma senhora de idade estava pegando uma enorme merda-fresca com as mãos, ficamos chocados. Somente depois fomos descobrir para que eles usam os cocôs, e que isso é bastante comum pela India.


O cocô de vaca é colocado para secar no sol, antes de ser usado como combustível.


Cocôs de vaca grudados na parede de uma casa, para secar.


Cocôs de vaca secos, no quintal de uma casa.


Mulher carregando um monte de cocô de vaca.


Além de combustível, o cocô de vaca também é usado para rituais hinduístas. Quando estávamos em Khajuraho, estava ocorrendo o festival de Holi, e num dos dias as pessoas colocaram cocôs de vaca em frente de suas casas. Eram pequenas esculturas de cocô, com um significado religioso.

Jaisalmer - India

Jaisalmer é um cidade de 60 mil habitantes, localizada no estado do Rajastão (Rajasthan), no deserto do Thar. A cidade foi fundada em 1156, estrategicamente posicionada na rota de camelos entre a India e a Asia central. Um grande forte foi construído no topo do morro Trikuta. E ao redor do forte, os comerciantes e moradores da cidade construiram belas casas e mansões, com ornamentos em madeira e arenito. A cor amarelada do arenito, tanto do forte, como das havelis (casas tradicionais), deu à Jaisalmer o apelido de “Cidade Dourada”.

Chegamos em Jasalmer no dia 11/03/2010, de manhã cedinho, depois de passar a noite viajando de ônibus desde Pushkar.


A cidade de Jaisalmer e o forte, construído em 1156.


Vista das paredes do forte


Vista das paredes do forte


Tecidos, tapetes e roupas à venda, na entrada do forte.


Maharaja’s Palace (Palácio do Marajá), localizado dentro do forte.


No forte, com vista para a cidade de Jaisalmer.
Dentro do forte atualmente existem várias pessoas morando, casas construídas, lojas, restaurantes, etc. Porém, o forte está em grande risco. O excesso de casas construídas e a má drenagem do terreno estão fazendo com que o forte esteja aos poucos se desmoronando.


O lago Gadi Sagar, rodeado de templos


O lago Gadi Sagar, com o forte ao fundo


Dromedário enfeitado


Casas tradicionais de Jaisalmer


O Rajastão é uma região fantástica para fotografar pessoas: As cores e adereços propiciam belas imagens! Por isso, colocamos tantas fotos de pessoas nas postagens do Rajastão. Selecionamos apenas alguns dos muitos personagens que nos encantaram.
Nesta foto, a mulher quando viu a máquina fotográfica, saiu acenando de longe e pedindo para ser fotografada.


Típico homem do Rajastão, com grande bigode e turbante colorido.


Se estava pesado não sabemos... Mas que era grande, isso era!


Comprando pimentas no pequeno mercado.


Vendedora das típicas tornozeleiras de prata, que as mulheres indianas adoram.


Outra vendedora das tornozeleiras de prata


Vendedoras na feira


Vendedor


Mulher escolhendo tecidos, com as enormes pulseiras brancas, típicas de algumas regiões do Rajastão.


Senhora


As mulheres das aldeias do deserto ou das proximidades utilizam roupas especialmente coloridas e piercings enormes no nariz.


Mulher nas ruas estreitas de Jaisalmer


Senhor com turbante branco


Família das aldeias do deserto


Menininha com os olhos pintados e cheia de pulseiras


Mulher grávida


Mulher


Durante a noite as luzes ao redor do forte se acendem e acentuam ainda mais a sua beleza.


No dia 12/03, de noite, caminhamos até a estação de trem. Deixamos Jaisalmer e seguimos rumo à Jodhpur.