A Pintura Thangka
Teve sua origem no Tibete, quando o rei Songtsen Gampo, no século VIII, convidou artistas do Nepal ao Tibete para pintar os murais do templo principal da capital de Lhasa. Logo se tornou muito popular entre os monges da época, que utilizavam seus painéis como ferramenta de ensino, pois as imagens descreviam a história de Buda e eram facilmente transportadas de um monastério à outro. Esta arte até hoje é muito popular no Nepal, onde existem muitos artistas e escolas dessa corrente de pintura.
Para os budistas tibetanos estas pinturas religiosas oferecem uma bela manifestação do divino, sendo visualmente e mentalmente estimulante.
É uma importante manifestação artística religiosa, que os budistas usam para representar seus deuses, mandalas (utilizadas como ferramenta de meditação) e figuras históricas. Cada linha, cada imagem é feita com exatidão e dizem que cada deidade possui medidas geométricas exatas, estudadas nos antigos manuscritos. As cores e as posições das figuras colocadas nas imagens também são cheias de significado.
No dia 04/07 fomos conhecer a Stupa de Bodhnath, próximo à Kathmandu, onde existe uma grande comunidade de tibetanos. Na praça que circunda a Stupa existem várias escolas de Pintura Thangka. Tivemos a oportunidade de conhecer uma escola chamada Boudha Stupa Thanka Centre, onde pudemos aprender um pouquinho mais sobre esta delicada pintura.
Pintura na Escola Boudha Stupa
Alunos da Escola Boudha Stupa Thanka Centre
Mandalas
Esta arte milenar é muito apreciada no budismo tibetano, e até hoje é desenvolvida nos monastérios budistas, onde os monges criam essas imagens acreditando nos beneficios espirituais que são obtidos ao criar, olhar, rezar e meditar nelas.
O objetivo de criar mandalas na cultura budista é trabalhar as Quatro Nobres Verdades. A confecção das mandalas são consideradas parte importante na preparação de iniciadores ao Budismo, de forma a prepará-los para o estudo do significado da iluminação, onde o ponto principal é a mente.
Geralmente as mandalas são feitas de areia, giz ou pintadas. O exercício de construção é uma forma de meditação e contemplação. É um processo bastante lento, com movimentos minuciosos e delicados. Os monges criam enormes mandalas de areia e, depois de dias e dias de trabalho, destroem sua obra, o que simboliza a transição natural de todas as coisas.
Mandala é uma palavra sânscrita que significa círculo, uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo.
Podemos ver estas imagens como um diagrama cósmico que nos recorda a nossa relação com o infinito, que o mundo se extende além dos nossos corpos e mentes.
No Nepal, além dos monges, existem muitos artistas que pintam mandalas. Mas estes não destroem sua arte depois pronta, pois eles sobrevivem desta arte, vendendo suas pinturas. O que também é muito legal, pois assim eles proporcionam às outras pessoas a possibilidade de meditar e contemplar as suas obras.
A Pintura Mithila
Mithila é uma arte popular do Nepal que teve origem na antiga cultura Maithali. A pintura se chama Mithila porque é feita por mulheres mithilas, do estado de Bihar na India e no estado de Terai no Nepal. Geralmente todas mulheres mithilas carregam essa arte como herança de família. Tivemos a oportunidade de conhecer esse bonito trabalho no Nepal e ficamos bastante interessados em conhecer um pouco mais.
As pinturas mithilas foram originalmente realizadas em tributo às deidades, com motivos religiosos nas paredes das cabanas de barro durante festivais, cerimônias religiosas e acontecimentos do ciclo da vida, tais como casamentos, nascimentos, etc. Mas, atualmente, são imagens pintadas em papel reciclado, panos, telas, cerâmicas e retratam o folclore, a vida cotidiana, a vida rural, imagens da fauna, casamentos, etc.
É um trabalho muito alegre e colorido que lembra muito as pinturas do nordeste do Brasil.
Descobrimos que os trabalhos que encontrávamos nas lojas de Pokhara e Kathmandu eram feitos por uma comunidade de mulheres da cidade de Janakpur (cidade localizada quase na divisa com a India). Essa associação se chama Janakpur Handicraft Center e realiza um bonito trabalho de desenvolvimento social com as mulheres da comunidade.
Muito interessante conhecer a arte tibetana...adorei o blog, vou segui-lo.
ResponderExcluirTenho um atelier de pintura, trabalho com arte e gosto mto da arte do oriente.
abraços. ana fran.
ola e bonito
ResponderExcluirque tanto de coisas
ResponderExcluiradorei.
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