No noroeste do Camboja, à cerca de 300 km da sua capital Phnom Penh, está a cidade de
Siem Reap, que foi nossa base para explorar os templos de Angkor. Chegamos em Siem Reap no dia 09/09/2010 e, a partir daí, fizemos três visitas ao conjunto de templos de Angkor. A quantidade de templos espalhados na região é enorme e leva-se tempo para conhecer.
Angkor foi a capital do antigo Império Khmer, que em seu auge se estendia desde o atual Myanmar até o Vietnã. A palavra ‘angkor’ é derivada do Sânscrito Nagara e significa ‘cidade’. A cidade de Angkor ostentava uma população de 1 milhão de habitantes (em uma época que Londres, por exemplo, era uma cidade de apenas 50 mil habitantes). O Império Khmer viveu alguns bons séculos de prosperidade. Mas em 1432, com o seu enfraquecimento, a cidade foi saqueada pelos tailandeses e abandonada. E assim ficou esquecida durante séculos e tomada pela selva. Até que, em 1860, foi redescoberta por missionários franceses (nesta época o Camboja estava sob o protetorado francês). E apenas em 1992, foi declada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e incluída como a oitava maravilha do mundo.
O que resta atualmente da grande cidade de Angkor são apenas os templos, pois a cidade era toda construída em madeira. Apenas as moradias dos deuses, os templos, podiam ser construídas em pedra. Os templos datam do século IX ao XIII e a maioria deles é hinduísta, dedicados principalmente à Vishnu. Mas existem também alguns templos budistas, pois no período de 1125 à 1200 o budismo foi a religião dominante. Porém, estes templos, apesar de budistas, têm fortes influências da arquitetura hinduísta. O conjunto arquitetônico de Angkor se extende por aproximadamente 200 km quadrados. São mais de 100 templos, dentre os quais se destacam o gigantesco Angkor Wat, os grupos de templos de Angkor Thom e o templo Ta Prohm.
No dia 10/09 fizemos nossa primeira visita aos templo de Angkor. Deixamos o hotel de manhã cedo, às 7:00, alugamos duas bicicletas e pedalamos por cerca de 25 km ao longo de todo o dia. Fizemos o chamado “pequeno circuito”, onde estão os principais templos da região.
O templo Angkor Wat, foi construído no século XII e é considerado um dos maiores edifícios religiosos do mundo. Foi dedicado a deidade hinduísta Vishnu. Acredita-se que na construção deste templo foi utilizada a mesma quantidade de pedras que na construção da grande pirâmide egípcia de Keops. Ele possui paredes esculpidas que narram histórias da mitologia hinduísta. Sua organização espacial representa o Monte Meru, que, segundo a mitologia hinduísta, é o centro do universo e moradia dos deuses. O Monte Meru é representado pela torre central, rodeado por quatro picos menores (torres secundárias) que por sua vez são rodeados pelos continentes (pátios mais baixos) e pelos oceanos (canais que envolvem o complexo).
Apsaras, “dançarinas celestiais”, esculpidas nas paredes de Angkor Wat.
Monjes budistas em Angkor Wat
Monje dentro de Angkor Wat
Monjes almoçando no monastério, localizado na área de Angkor Wat.
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Angkor Wat
De bicicleta, em frente ao Angkor Wat.
Depois de visitar o templo Angkor Wat, seguimos rumo à Angkor Thom, a parte murada da cidade, onde vivia a família real do império Khmer:
Passando pelo Portão Sul de Angkor Thom. A nobreza do império Khmer estava protegida por uma enorme muralha. Existem cinco portões que dão acesso ao interior de Angkor Thom. Dentro de Angkor Thom há um fosso de 100 metros de profundidade e 12km de extenção, que era utilizado como proteção.
O Templo Bayon encontra-se no centro exato de Angkor Thom. Este templo, construído por volta do ano 1200, é da fase budista, mas tem fortes influências arquitetônicas hinduístas.
No Bayon, 216 faces de Avalokiteshvara parecem observar os visitantes que passam pelo templo. Avalokiteshvara (em sânscrito, "Aquele que enxerga os clamores do mundo") é o bodhisattva que representa a suprema compaixão de todos os Budas.
Apasaras esculpidas nas paredes e colunas de Bayon.
O Templo Baphuon também está dentro de Angkor Thom. Esta foto mostra o acesso à entrada do templo.
Dentro de Angkor Thom encontra-se também o Terraço dos Elefantes, com 300 metros de extensão. Na época, o local era utilizado para cerimônias públicas e grandes audiências do rei. Originalmente, ele possuía pavilhões de madeira, que atualmente não existem mais, pois apenas sua base de pedra sobreviveu ao tempo.
Prasats Suor Prat, uma série de monumentos localizados em frente ao Terraço dos Elefantes.
Phimeanakas é mais um templo localizado dentro de Angkor Thom, logo atrás do Terraço dos Elefantes.
Árvore e ruínas, ao lado do Phimeanakas.
Wat Tang Tok é um monastério budista ativo, localizado dentro de Angkor Thom.
Após conhecermos o interior de Angkor Thom, saímos pelo Portão da Vitória (Victory Gate) e pedalamos até o templo de Ta Prohm. Já era final de tarde e não tínhamos muito tempo para explorar este belo templo. Apenas o conhecemos rapidamente, tiramos algumas fotos e deixamos para retornar outro dia, com mais calma. No caminho de volta para a cidade de Siem Reap fomos pegos por uma forte chuva. Já estava escurecendo quando chegamos encharcados no nosso hotel. Foi um longo dia de passeio por Angkor e ainda faltava bastante para conhecer nos próximos dias.
No dia 12/09 fizemos nossa segunda visita à Angkor. Neste dia realizamos o chamado “grande circuito”, onde encontram-se também vários templos interessantes. Alugamos um “tuk-tuk” para passearmos ao longo do dia.
Sras Srang é um grande tanque de água.
O templo Banteay Kdei
Imagem de Buda dentro do templo Banteay Kdei, onde este senhor estava vendendo incensos e arrecadando doações.
Vendedora de souvenir, dentro do Banteay Kdei
O templo Ta Prohm foi construído no século XII. Foi originalmente um monastério budista e é um dos maiores edifícios angkorianos.
O templo Ta Prohm está tomado por árvores de enormes raízes que invadem os monumentos. Elas já fazem parte do conjunto escultórico do lugar e tornam ele ainda mais encantador. Na nossa opinião, este é o mais bonito de todos os templos de Angkor.
Ta Prohm: Os humanos conquistaram a natureza para criá-lo e a natureza agora está reconquistando-o para destruí-lo.
Raízes engolindo Ta Prohm
Menino sentado em uma janela de Ta Prohm
Escultura de apsara, em Ta Prohm.
Corredores no templo Ta Prohm
Ta Prohm
Raízes
Vendedora de incensos no Ta Prohm
Aranha
Subindo as inclinadas escadarias do Templo Ta Keo
Em seguida passamos rapidamente pelos templos Chau Say Thevoda e Thommanom:
Thommanom
Apsaras esculpidas no Templo Thommanom
Raízes invadindo o Templo Preah Kham
Detalhe de esculturas no Templo Preah Kham
Artista local fazendo aquarelas dentro do Preah Kham
Esta senhora estava rezando pela mariposa que estava morrendo.
Nos corredores do Templo Preah Kham
Pequeno templo nos fundos do Preah Kham
Vendedora de frutas no Preah Kham. Nas entradas dos templos, assim como em todo o Camboja, é bem comum ver crianças trabalhando.
Neak Pean
Vendedora de frutas na entrada do Neak Pean. A que aparece no canto direito da foto, é a fruta de lótus.
Raízes de uma árvore engolindo o Templo Ta Som.
Detalhe de parede esculpida no Ta Som.
Pequena vendedora de souvenir de origami, feliz com as vendas realizadas e as notas de 1 dólar adquiridas.
Ouvimos falar que existe apoio governamental à educação no Camboja. Mas nota-se que ainda muitas famílias, por terem grandes dificuldades financeiras e também por nunca terem frequentado uma escola, colocam suas crianças desde muito cedo para trabalhar. Infelizmente o trabalho infantil é muito comum no país.
Vendedoras mirim. Esta menininha da esquerda, para agradar os turistas, aprendeu a contar de 1 à 10 em várias línguas (inglês, francês, espanhol, italiano e outras). Provavelmente ela nunca foi para a escola.
“One dólar”
East Mebon
Templo Pre Rup
Phnom Bakheng. Este templo está no topo de um morro, de onde se tem uma bonita vista da região.
Atenção, elefantes na pista!
Os turistas podem contratar passeio de elefante em frente ao Phnom Bakheng.
Com o nosso prestativo motorista de “tuk-tuk”, que passou do dia inteiro nos levando de templo em templo.
No dia 15/09 fizemos nossa terceira visita aos templos da região. Neste dia fomos conhecer os templos do Grupo Roluos (Roluos Group), que são mais antigos que os templos que visitamos nos dias anteriores. Alugamos um “tuk-tuk” para passearmos ao longo da manhã. Este grupo de templos está à cerca de 13km ao leste da cidade de Siem Reap.
Monjes budistas trabalhando em frente ao Templo Bakong, no Grupo Roluos. Os templos deste grupo estão entre os primeiros grandes monumentos de pedra construídos pela civilização Khmer, no século IX.
Bakong é dedicado à Shiva e é o maior templo do Grupo Roluos.
Bakong
O Templo Preah Ko também está no Grupo Roluos.
Meninos trabalhando, fazendo esculturas de pedra, em frente ao Templo Preah Ko.
Casa palafitada de palha, próximo ao Templo Preah Ko.
Crianças em uma das casas que estão na área do Grupo Roluos.
Trabalhadores em uma plantação de arroz, na área do Grupo Roluos.
Templo Lolei, também no Grupo Roluos. Atualmente, muitos templos da região estão sendo restaurados com a colaboração de arqueólogos do mundo todo.
Detalhe de escultura no Templo Lolei.
Monastério ao lado do Templo Lolei. Junto ao monastério e ao templo, há também um orfanato.
Menino, dentro do monastério.
Menina, no monastério ao lado do Templo Lolei.
Monje budista
No dia 17/09 de manhã deixamos Siem Reap e pegamos um ônibus de volta para Phnom Penh, a capital cambojana.
Os Templos de Angkor estão perto da cidade de Siem Reap, no noroeste do Camboja.
DICAS:
- Visitar os templos de Angkor não é tão barato, mas vale a pena. A taxa de entrada é de 20 dólares (para 1 dia de visita), 40 dólares (para 3 dias), ou 60 dólares (para 7 dias). Nós compramos o bilhete de 3 dias de visita aos templos, que podem ser realizadas em um prazo total de 1 semana. Um dia é suficiente apenas para conhecer os templos mais turísticos do “Pequeno Circuito”: Angkor Wat, Ta Prohm e os grupos de templos de Angkor Thom (Mas é bastante corrido e pode-se apenas ter uma noção básica do conjunto de templos de Angkor). Já em 3 dias é possível conhecer também os templos do “Grande Circuito” e do “Roluos Group”, onde pode-se ter uma noção mais abrangente de Angkor. E em 7 dias você terá tempo para explorar tudo com bastante calma (recomendado apenas para os “fanáticos por templos”).
- Os templos de Angkor podem ser visitados a partir da cidade de Siem Reap de bicicleta (o aluguel custa 1 dólar por dia) ou de “tuk-tuk” (por 8 à 10 dólares o motorista te levará para um dia inteiro de passeio).